quinta-feira, 10 de novembro de 2011

JFSP participam da VII Reunião Especializada de Juventude do Mercosul

Teve início nesta segunda-feira (7/11) a VII Reunião Especializada de Juventude do Mercosul (REJ). O encontro, que termina hoje (8/11), acontece em Montevidéu e é organizado pelo governo do Uruguai, por meio do Instituto Nacional da Juventude, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social. A secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, e o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, participam do encontro.

A iniciativa visa integrar os países membros do Mercosul para a inclusão dos jovens da região, com foco nas políticas de desenvolvimento social e econômico. Entre os temas em discussão estão: cultura e diversidade; memória histórica e formas de participação juvenil na região; análise de conjuntura histórica e discussão regional; precarização do trabalho x trabalho decente; desafios da juventude rural; e mulher e gênero.
Para Severine Macedo a participação da sociedade civil é um grande avanço, pois “fortalece a perspectiva participativa no diálogo regional e na busca de soluções integradas para os desafios da juventude sul-americana”. Ela também destacou a construção de um plano de empregos decentes para os jovens da região, que deverá ser debatido com os Ministérios do Trabalho dos países membros e apresentado na Conferência Internacional do Trabalho, em 2012.

Bruno Vanhoni, assessor para Assuntos Internacionais da Secretaria Nacional de Juventude, explicou ainda que neste encontro os participantes aprovaram a criação do Programa Permanente de Integração Regional da Juventude (Juvensur), “um importante espaço que está sendo debatido desde 2009 e agora será um instrumento importante para a integração, diálogo e formação da juventude do continente”, afirma.

Gabriel Medina também ressaltou os encaminhamentos já aprovados na reunião, destacando o papel do Juvensur. “O programa será realizado semestralmente e abarcará a participação de cerca de 100 jovens. Com ele avançaremos na formação de uma nova geração capaz de valorizar as relações sul-americanas e fortalecer a solidariedade entre nossos países,” afirmou Gabriel, acrescentando que o Brasil, assim como os outros países, garantiu a presença de jovens do Conjuve, o que reafirma o papel do Conselho na construção de processos de participação e representação no país. “O Brasil tem conseguido apresentar propostas consensuais entre governo e sociedade, consolidando uma experiência positiva de democracia participativa. Os países assumiram o compromisso de manter esta participação permanente da sociedade civil, o que é um grande avanço para a REJ, concluiu Gabriel.”

Nesta terça-feira, Roseane Arévalo, representante da sociedade civil integrante das jovens feministas de São Paulo e da Associação Mulher e Movimento Hip Hop, participa da mesa de debate de troca de experiências e programas sobre programas voltados para a promoção do trabalho decente para a juventude com recorte de gênero. Pela sociedade civil também participam os conselheiros nacionais de Juventude Paula Falbo, da União Brasileira de Mulheres, e Samoury Mugabe, da Articulação Política de Juventudes Negras (APJN).

A reunião conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da ONU Mulheres e da Organização Ibero-Americana de Juventude ( OIJ).

FONTE:

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Veja programação da ONU Mulheres para o Mês da Consciência Negra!

Abertas as inscrições para o Afro XXI em Salvador


Estão abertas as inscrições para o Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI), que acontece em Salvador, entre os dias 16 e 19 de novembro, no Centro de Convenções da Bahia. Na ocasião, líderes da sociedade civil, de governos e parlamentares de países ibero-americanos e africanos vão se reunir para refletir sobre a realidade da população negra nos países participantes e propor novas ações que assegurem os direitos dos povos afetados pelo racismo.

O Afro XXI também faz parte da comemoração dos dez anos da Conferência Mundial das Nações Unidas contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que ocorreu em Durban, na África do Sul. A partir desse evento, as políticas públicas nessa área ganharam impulso em vários países participantes, inclusive no Brasil, onde foi criada em 2003 a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), com uma série de ações efetivas. A reunião em Salvador vai celebrar as contribuições dos descendentes de africanos para a América Latina e o Caribe.

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, ressaltou que esse é o momento de avaliar os documentos que foram produzidos em Durban e fazer um balanço dos avanços obtidos, recomendando novas estratégias para a superação do racismo e da discriminação racial. “Esperamos que as conclusões obtidas em Durban sejam refletidas no documento que será produzido pela sociedade civil e os chefes de Estado”, disse a ministra, referindo-se à Carta de Salvador, que será produzida durante o evento.

O encontro é uma parceria da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) com o governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Também fazem parte o Governo do Estado da Bahia, representado pelas secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e de Relações Internacionais (Serinter), além da Organização das Nações Unidas (ONU), da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Carta de Salvador

Durante o evento será produzida a Carta de Salvador, declaração que apontará às regiões participantes, uma agenda comum para os próximos anos capaz de assegurar a inclusão plena de dezenas de milhões de cidadãos e cidadãs afrodescendentes. O documento resultará do debate entre os chefes de Estado presentes com as contribuições do fórum das entidades da sociedade civil e das plenárias ocorridas durante toda a programação. São aguardados 12 chefes de Estado, dentre eles a presidenta Dilma Rousseff, além de representantes dos demais países participantes.

Para o secretário de Promoção da Igualdade da Bahia e anfitrião do evento, Elias Sampaio, “existe a expectativa, a ser discutida e confirmada durante o encontro, de escolher Salvador como a capital afrodescendente ibero-americana. Isso seria muito justo não só por sermos a cidade com maior população de origem negra fora da África, mas principalmente pelo fato de que nos reconhecemos como afrodescendentes do ponto de vista cultural”, avaliou.

Durante os quatro dias de debates, a capital baiana será tomada também por uma ampla programação cultural. Além de artistas da terra, convidados de outros países se apresentarão nos palcos no Pelourinho, área localizada no Centro Histórico da cidade e com forte marca da cultura afrodescendente. A programação está sendo montada pela Secult com as contribuições dos países participantes do Afro XXI.

Inscrições podem ser feitas até 13/11 no endereço eletrônico http://www.funag.gov.br/afro21/

89% dos (as) jovens têm orgulho de ser brasileiro(a)

Estudo feito com pessoas de 18 a 24 anos revela que a geração atual pensa no coletivo e sonha com o fim da violência e corrupção

Foto: Getty Images

Brasil possui 25 milhões de jovens entre 18 e 24 anos. Desta faixa, 76% acreditam que o país está mudando para melhor

Os jovens brasileiros estão mais esperançosos com o futuro do país. Quem chega a essa conclusão é a empresa de mapeamento de tendências Box1824, que entrevistou 3000 garotos e garotas entre 18 e 24 anos, de todas as classes sociais, para descobrir o que eles pensam sobre o país e sobre a sua geração. O estudo, que faz parte do projeto intitulado “O Sonho Brasileiro” e demorou um ano e meio para ser concluído, constatou que 89% dos jovens têm orgulho de ser brasileiro, sendo que 76% acreditam que o país está mudando para melhor. Os dados são positivos e revelam bastante otimismo entre as 25 milhões de pessoas que fazem parte desta faixa etária atualmente.


A cara da nova geração

O levantamento mostra que esses números são resultados de diversos fatores. No campo social, isso se deve a esse grupo ter crescido no período pós-ditadura, imerso em novas tecnologias e com a inflação controlada. Diante da situação econômica mais promissora, o jovem encontra um país cada vez mais importante no cenário internacional, pronto para superar crises, além de ser escolhido para sediar grandes eventos esportivos.

Mas, se o país vai bem, qual é a cara da juventude, associada normalmente a movimentos de ruptura? No passado, ela enfrentava realidades distintas. Nos anos 1960, o jovem tinha sonhos grandiosos e utópicos. A geração seguinte possuía sonhos possíveis, porém individualizados. A atual tem desejos alcançáveis e quase sempre focados no coletivo. Desses jovens, por exemplo,77% acreditam que o seu próprio bem-estar depende da satisfação da sociedade em que vive. “É dever do cidadão pensar no coletivo”, afirma o estudante Felipe Gonçalves Guimarães, de 18 anos.

A pesquisa, antes mesmo de constatar o otimismo com o país, provocou os jovens a refletirem sobre os anseios pessoais. Assim como Felipe, cujo maior sonho é ser bem-sucedido nos cursos de Cinema e Publicidade e Propaganda, a maioria, 55%, cita como primeira opção o desejo de se formar e conseguir emprego. Outros 24% logo escolhem alcançar o trabalho dos sonhos. Mais uma constatação dos pesquisadores é a de que essas pessoas querem fazer aquilo que gostam e não pensam apenas no dinheiro. Roberto Moreira Lage Júnior, de 20 anos, estuda direito, mas coloca a vontade de se sentir realizado profissionalmente na frente da estabilidade financeira. “Fazer o que dá dinheiro, mas não dá prazer, pode vir a se tornar insuportável”, acredita.

Esse pensamento é compartilhado por Gabriel Vasques, 18 anos, que afirma categoricamente: “Meu maior sonho é conseguir viver de música”. Para ele, a realização pessoal é o mais importante. “Estou colocando como prioridade aquilo que gosto, não faço questão de um salário absurdo para me sentir realizado”, acrescenta. O que a pesquisa mostra é que essa geração não nega questões como dinheiro e estabilidade, mas a diferença é que não se contenta só com isso e quer unir a realização pessoal com a profissão dos sonhos. “Fazer o que gosta, mas não ter condições de sobreviver, também não é possível”, pondera Roberto. A percepção é de que os profissionais mais admirados são os que conseguem aliar trabalho e felicidade.

Sonhos para o Brasil

Quando o tema em pauta é o país, e não o indivíduo, 18% sonham com menos violência, seguido pelos 13% que citam a necessidade de menos corrupção. Gabriel se encaixa nesse quadro e acredita que o desvio de verba pública acontece em quantidade absurda e deseja a diminuição dessa realidade. Para mudar o que está errado, o estudo aponta o próprio jovem como catalisador do progresso, isso porque historicamente essa faixa de idade busca ampliar suas liberdades de escolha e expressão ao revolucionar costumes.

Dentro do grupo pesquisado, 56% acreditam que a transformação será alcançada agindo com honestidade no dia a dia, e outros 30% por meio das oportunidades que o Brasil oferece. Todo o otimismo em relação à nação surge com os 87% que acham o país importante no mundo atual. O curioso é que o jovem acredita no Brasil, mas não atribui o progresso a nenhum partido político. A pesquisa mostrou que eles, além de apontarem os problemas, já enxergam as maneiras pelas quais podem atuar pela mudança, que parte do desejo individual para alcançar o coletivo.

As recentes manifestações anticorrupção que pipocaram pelo Brasil refletem essa realidade. As mobilizações surgiram a partir de ambientes digitais, como o Facebook, pela livre iniciativa de indivíduos cansados da impunidade. No ambiente da internet, acharam outras pessoas com o mesmo pensamento e assim o movimento ganhou forma e tomou as ruas. Em nenhuma dessas marchas houve a participação de partidos políticos. Isso não significa uma geração despolitizada, já que 71% dos jovens acreditam que usar a internet para mobilizar as pessoas é uma forma de fazer política.

O diferencial para qualquer outro tempo é a maneira pela qual essas manifestações começaram, o que reflete o novo jeito de se relacionar. Por isso, são considerados a primeira geração global de brasileiros. Eles não veem barreiras na comunicação e enxergam a tecnologia como espaço para trocas sem limites físicos ou sociais, assim seus anseios pessoais são expostos em rede e outras pessoas se identificam e começam a se mobilizar. Essa característica é definida pelo projeto Sonho Brasileiro como hiperconexão. “A internet é, hoje em dia, o meio de comunicação que mais influencia os jovens, o papel dela é primordial”, salienta Gabriel.

Os jovens-ponte

De acordo com a pesquisa, os jovens-ponte são os formadores de opinião e equivalem a 8% das pessoas entre 18 e 24 anos. São dois milhões de brasileiros nessa condição. E o principal diferencial é que eles convivem com grupos bastante distintos e levam o que aprendem de um para o outro, redistribuindo os pensamentos e conectando pessoas que não se falariam espontaneamente. O projeto as define como catalisadores de ideias.

Outra característica é que essas pessoas não aceitam discursos preconceituosos, porque acreditam que essa ponte deve ser feita entre diferentes realidades. Como esse jovem transita por muito mais grupos do que a média, age por múltiplas causas, está aberto a trocas e não defende bandeiras unidimensionais. Felipe, que se relaciona com mais de seis grupos, acredita que se encaixa nesse perfil. “Quando converso sobre política, por exemplo, sempre tento mostrar os dois lados.”

Segundo o estudo, a geração atual é menos individualista e está cansada de hierarquia. Não à toa, 74% afirmam se sentir na obrigação de fazer algo pelo coletivo no seu dia a dia e a profissão dos sonhos mais citada foi “ser dono do próprio negócio”. Seus anseios estão mais alcançáveis por acreditarem em pequenas revoluções no dia a dia. Todo esse processo é exemplificado pela simples frase de Gabriel: “A juventude e a mudança estão ligadas.”


FONTE: http://jovem.ig.com.br/cultura/mix/89-dos-jovens-tem-orgulho-de-ser-brasileiro/n1597352479163.html